...:::Educadores:::...

Conhecendo as idéias dos principais pensadores e educadores que norteiam os métodos e filosofias de ensino podemos refletir sobre a nossa prática pedagógica, adicionar novas técnicas e analisar comportamentos dos alunos.


Excelentes aliados para suprir as necessidades de educar no sentido pleno da palavra.

Celéstin Freinet
"Não é o jogo que é natural na criança, mas o trabalho".



O pedagogo francês Celéstin Freinet (1896-1966) foi um grande educador popular e um inovador que conseguiu a façanha de ser expulso do Partido Comunista e do sistema público de ensino francês, apesar dos excelentes resultados educativos de seus métodos. Com certeza, sua paixão pelo diálogo com as crianças e a aversão a qualquer forma de autoritarismo e de "didatismo" não angariaram muita simpatia para esse comunista convicto junto aos burocratas.

Por volta de 1925, Freinet encontrava-se incapacitado de passar o dia dando aulas expositivas para os filhos de camponeses, seus alunos, nas aldeias do sul da França, por causa de um ferimento no pulmão durante a Primeira Guerra Mundial. Conhecedor das idéias da Escola Nova (na época, chamada de "Escola Ativa"), ele buscava caminhos para adaptá-las ao trabalho com crianças humildes.

A solução veio quando Freinet comprou uma velha imprensa, dessas de fazer jornais, e colocou-a no coração de sua sala. As crianças começaram a montar textos em que descreviam seus passeios pela aldeia, seus sonhos, seu mundo. Eles eram compostos e impressos até pelas crianças ainda não alfabetizadas. Logo, os alunos trocavam, pelo correio tradicional, textos, desenhos e poesias com escolas da França, de outros países da Europa e até da África.

Essa técnica, que ficou conhecida como correspondência interescolar, juntamente com os contatos com a comunidade e o texto livre (desenha-se e/ou escreve-se livremente sempre que houver vontade de expressar algo), constitui um dos fundamentos do método natural, criado por Freinet e relatado em uma série de livros belíssimos.

O trabalho de Freinet despertou grande admiração, inclusive de Piaget, que considerava o educador francês um pedagogo genial. Também teve muitos críticos, que o censuravam por promover a anarquia e a falta de rigor. As acusações parecem injustas, especialmente quando constatamos o alto grau de desenvolvimento da autonomia e do espírito crítico em alunos que freqüentam boas escolas Freinet.

O trabalho iniciado pelo pedagogo francês multiplicou-se e, até hoje, encontramos um grande número de escolas que adota a sua pedagogia. O trabalho de Freinet também pode inspirar escolas de linha mais tradicional que buscam renovar e enriquecer suas práticas.

A pedagogia Freinet é centralizada na criança e baseada sobre alguns princípios:

senso de responsbilidade
senso cooperativo
sociabilidade
julgamento pessoal
autonomia
expressão
criatividade
comunicação
reflexão individual e coletiva
afetividade
Invariantes Pedagógicas:


1. A criança é da mesma natureza que o adulto.
2. Ser maior não significa necessariamente estar acima dos outros.
3. O comportamento escolar de uma criança depende do seu estado fisiológico, orgânico e constitucional.
4. A criança e o adulto não gostam de imposições autoritárias.
5. A criança e o adulto não gostam de uma disciplina rígida, quando isto siginifica obedecer passivamente uma ordem externa.
6. Ninguém gosta de fazer determinado trabalho por coerção, mesmo que, em particular, ele não o desagrade. Toda atitude imposta é paralisante.
7. Todos gostam de escolher o seu trabalho mesmo que essa escolha não seja a mais vantajosa.
8. Nnguém gosta de trabalhar sem objetivo, atuar como máquina, sujeitando-se a rotinas nas quais não participa.
9. É fundamental a motivação para o trabalho.
10. É preciso abolir a escolástica.
10- a. Todos querem ser bem-sucedidos. O fracasso inibe, destrói o ânimo e o entusiasmo.
10- b. Não é o jogo que é natural na criança, mas sim o trabalho.
11. Não são a observação, a explicação e a demonstração - processos essenciais da escola - as únicas vias normais de aquisição de conhecimento, mas a experência tateante,que é uma conduta natural e universal.
12. A memória, tão preconizada pela escola, não é válida, nem preciosa, a não ser quando está integrada no tateamento experimental,onde se encontra verdadeiramente a serviço da vida.
13. As aquisições não são obtidas pelo estudo de regras e leis, como às vezes se crê, mas sim pela experîencia. Estudar primeiro regras e leis é colocar o carro na frente dos bois.
14. A inteligência não é uma faculdade específica, que funciona como um circuito fechado, independente dos demais elementos vitais do indivíduo, como ensina a escolástica.
15. A escola cultiva apenas uma forma abstrata de inteligência, que atua fora da realidade fica fixada na memória por meio de palavras e idéias.
16. A criança não gosta de receber lições autoritárias.
17. A criança não se cansa de um trabalho funcional, ou seja, que atende aos rumos de sua vida.
18. A criança e o adulto não gostam de ser controlados e receber sanções. Isso carcteriza uma ofensa à dignidade humana, sobretudo se exercida publicamente.
19. As notas e classificações constituem sempre um erro.
20. Fale o menos possível.
21. A criança não gosta de sujeitar-se a um trabalho em rebanho. Ela prefere o trabalho individual ou de equipe numa comunidade cooperativa.
22. A ordem e a disciplina são necessárias na aula.
23. Os castigos são sempre um erro. São humilhantes, não conduzem ao fim desejado e não passam de paliativo.
24. A nova vida da escola supõe a cooperação escolar, isto é, a gestão da vida pelo trabalho escolar pelos que a praticam, incluindo o educador.
25. A sobrecarga das classes constitui sempre um erro pedagógico.
26. A concepção atual das grandes escolas conduz professores e alunos ao anonimato, o que é sempre um erro e cria barreiras.
27. A democracia de amanhã prepara-se pela democracia na escola. Um regime autoritário na escola não seria capaz de formar cidadãos democratas.
28. Uma das primeiras condições da renovação da escola é o respeito à criança e, por sua vez, a criança ter respeito aos seus professores; só assim é possível educar dentro da dignidade.
29. A reação social e política, que manifesta uma reação pedagógica, é uma oposição com o qual temos que contar, sem que se possa evitá-la ou modificá-la.
30. É preciso ter esperança otimista na vida. (Sampaio, 1989: 81-99)


Técnicas Freinet


Aula passeio
Texto livre
Imprensa escolar
Correção
Livro da vida
Fichário de consulta
Plano de Trabalho
Correspondência interescolar
Auto-avaliação
Aula Passeio
Por acreditar que o interesse da criança não estava na escola e sim fora dela, Freinet idealizou esta atividade com o objetivo de trazer motivação, ação e vida para a escola.

Texto Livre
É a base da livre expressão, pode ser um desenho, um poema ou pintura. A criança determina a forma, o tema e o tempo para sua realização. Porém se a criança desejar que seu texto seja divulgado deverá passar pela correção coletiva.

Imprensa Escolar
Seu ponto de partida são as entrevistas, pesquisas, vivências e aulas-passeio. Freinet usava o tipógrafo. Todo processo de construção e impressão é coletivo.

Correção
Para o texto ser divulgado é necessário que esteja perfeito e a correção é fundamental. Ela pode ser feita coletivamente, ou em auto-correção. Freinet acredita que o "erro" deva ser trabalhado com a criança para que ela perceba e faça o acerto.

Livro da Vida
Funciona como um diário da classe, registrando a livre expressão (texto, desenho e pintura). Esta atividade permite que as crianças exponham seus diferentes modos de ver a aula e a vida.

Fichário de Consulta
Põe a disposição da criança exercícios destinados à aquisição dos mecanismos do cálculo, ortografia, gramática, história, ciências etc. São construídas em sala de aula pelos professores na interação com a turma. Freinet criticava duramente os livros didáticos fora da realidade da criança.

Plano de Trabalho
Tendo o currículo escolar como ponto de partida, os grupos de alunos se organizavam para escolher as estratégias de desenvolvimento das atividades que podiam ser realizadas em grupos, duplas, ou individualmente. Para registro do plano são elaboradas fichas onde são anotadas as realizações da semana.

Correspondência Interescolar
É uma atividade em que a criança faz a aprendizagem da vida coooperativa, uma classe se corresponde com a outra. Depois dos professores terem se comunicado e organizado a forma. Podem enviar: cartas, textos, fitas, vídeos, desenhos e e-mail.

Auto-Avaliação
A criança registra o resultado do seu trabalho em fichas de auto-avaliação que permitem constantes comparações entre os trabalhos realizados. Segundo Freinet o aluno e o professor devem se avaliar regularmente.

Para saber mais PPD recomenda:

FREINET, Celestin, BALESSE, L.. A leitura pela imprensa na escola. Lisboa: Dinalivro, 1977.
FREINET, Celestin, SALENGROS, R.. Modernizar a escola. Lisboa: Dinalivro, 1977.
FREINET, Elise. O itinerário de Célestin Freinet: a livre expressão na pedagogia de Freinet. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1979.
FREINET, Elise. Nascimento de uma pedagogia popular. Lisboa: Estampa, 1978.
SAMPAIO, Rosa Maria Whitaker Ferreira. Freinet: evolução histórica e atualidades. São Paulo: Scipione, 1989.


Paulo Freire
"Ninguém sabe tudo, ninguém ignora tudo! Todos sabemos alguma coisa; todos ignoramos alguma coisa, por isso aprendemos sempre". .

Paulo Hegallus Neves Freire (1921-1997) antes de qualquer denominação, foi um ser humano como poucos, tinha o desejo de ajudar as pessoas sem sentir pena delas, pois achava que era um direito de todo homem e de toda mulher, criança, jovem, adulto ou idoso, saber ler e escrever, ter o conhecimento das coisas e utilizar a educação como um exercício de liberdade. O método utilizado pelo educador nega a mera repetição alienada e alienante de frases, palavras e sílabas ao propor aos alfabetizandos "ler o mundo" e "ler a palavra", leituras, aliás, como enfatiza Freire, indissociáveis. Daí ter vindo se posicionando contra as cartilhas.

Paulo Freire esteve no exílio por quase dezesseis anos, exatamente porque compreendeu a educação desta maneira e, lutou para que um grande número de brasileiros e brasileiras tivesse acesso a esse bem a eles negado secularmente: o ato de ler a palavra lendo o mundo.

"Seu" trabalho foi profícuo "mudando a cara da escola", Reformou as escolas entregando-as às comunidades locais dotadas de todas as condições para o pleno exercício das atividades pedagógicas. Reformulou o currículo escolar para adequá-lo também às crianças das classes populares e procurou capacitar melhor o professorado em regime de formação permanente.

Não esqueceu de incluir o pessoal instrumental da escola como agente educativo formando-o para desempenhar adequadamente tal tarefa. Eram os vigias, as merendeiras, as faxineiras, os (as) secretários (as) que, ao lado de diretores (as) , professores (as), alunos (as), e pais de alunos, faziam do ato de educar um ato de conhecimento, elaborado em cooperação a partir das necessidades socialmente sentidas. A obra de Paulo Freire está orientada para a emancipação da pessoa humana, para a liberdade dos povos e à justiça social entre os homens, para a democracia autêntica como soberania popular e para a paz entre os cidadãos, num clima de humanização e de conscientização.
A eficácia e validade do Método de Freire consistem em partir da realidade do alfabetizando, do que ele já conhece, do valor pragmático das coisas e fatos de sua vida cotidiana, de suas situações existenciais. Respeitando o senso comum e dele partindo, Freire propõe a sua superação. O "Método" obedece às normas metodológicas e lingüísticas, mas vai além delas, porque desafia o homem e a mulher que se alfabetizam a se apropriarem do código escrito e a se politizarem, tendo uma visão de totalidade da linguagem e do mundo.

Para saber mais PPD recomenda:

PAIVA, Vanilda Pereira. Paulo freire e o Nacionalismo-Desenvolvimentista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980
PAULO, Freire. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez, 1995.
Cunha; OLIVEIRA, Miguel Darcy de; BARRETO, José Carlos; GIFFONI, Vera Lúcia. O Processo Educativo Segundo Paulo Freire e Pichon Rivière. Rio de Janeiro: Vozes, 1987.

--------------------------------------------------------------------------------

P rofessor, mestre, exímio Educador
A lfabetizando crianças, adultos e oprimidos
U m defensor do sempre amor
Livros e mais livros vendidos
O ser de mente límpida, sem sedutor....


Fazendo da escola um ambiente igualitário
Reinando em nosso meio como uma luz
Entrando em nosso trabalho.....Sem comentário!
Indo e vindo livremente
Rindo, brincando de educar
Eterno, imortal, aqui sempre estarás presente

Autoria: Paty Fonte

O pensamento de Freire através da ludicidade


Jean Piaget
" O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança
descobrir. Cria situações-problemas".

Jean Piaget (1896-1980) foi um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de raciocínio. Seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia.

Até o início do século XX assumia-se que as crianças pensavam e raciocinavam da mesma maneira que os adultos. A crença da maior parte das sociedades era a de que qualquer diferença entre os processos cognitivos entre crianças e adultos era sobretudo de grau: os adultos eram superiores mentalmente, do mesmo modo que eram fisicamente maiores, mas os processos cognitivos básicos eram os mesmos ao longo da vida.

Piaget, a partir da observação cuidadosa de seus próprios filhos e de muitas outras crianças, concluiu que em muitas questões cruciais as crianças não pensam como os adultos. Por ainda lhes faltarem certas habilidades, a maneira de pensar é diferente, não somente em grau, como em classe.

A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.

O interacionismo, a idéia de construtivismo seqüencial e os fatores que interferem no desenvolvimento são os pressupostos básicos de sua teoria.

A criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas.

Essa interação com o ambiente faz com que construa estrutura mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida.

Considera, ainda, que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos), aprendizagem social (aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e equilibração (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido).


A educação na visão Piagetiana: com base nesses pressupostos deve possibilitar à criança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório- motor até o operatório abstrato.

A escola deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento.

Para construir esse conhecimento, as concepções infantis combinam-se às informações advindas do meio, na medida em que o conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto espontaneamente pela criança, nem transmitido de forma mecânica pelo meio exterior ou pelos adultos, mas, como resultado de uma interação, na qual o sujeito é sempre um elemento ativo, que procura ativamente compreender o mundo que o cerca, e que busca resolver as interrogações que esse mundo provoca.


É aquele que aprende basicamente através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo, e que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo. Não é um sujeito que espera que alguém que possui um conhecimento o transmita a ele por um ato de bondade.

Principais objetivos da educação segundo Piaget : formação de homens "criativos, inventivos e descobridores", de pessoas críticas e ativas, e na busca constante da construção da autonomia.

Piaget não propõe um método de ensino, mas, ao contrário, elabora uma teoria do conhecimento e desenvolve muitas investigações cujos resultados são utilizados por psicólogos e pedagogos.

Implicações do pensamento piagetiano para a aprendizagem

Os objetivos pedagógicos necessitam estar centrados no aluno, partir das atividades do aluno.
Os conteúdos não são concebidos como fins em si mesmos, mas como instrumentos que servem ao desenvolvimento evolutivo natural.
primazia de um método que leve ao descobrimento por parte do aluno ao invés de receber passivamente através do professor.
A aprendizagem é um processo construído internamente.
A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento do sujeito.
A aprendizagem é um processo de reorganização cognitiva.
Os conflitos cognitivos são importantes para o desenvolvimento da aprendizagem.
A interação social favorece a aprendizagem.
As experiências de aprendizagem necessitam estruturar-se de modo a privilegiarem a colaboração, a cooperação e intercâmbio de pontos de vista na busca conjunta do conhecimento.
Piaget não aponta respostas sobre o que e como ensinar, mas permite compreender como a criança e o adolescente aprendem, fornecendo um referencial para a identificação das possibilidades e limitações de crianças e adolescentes. Desta maneira, oferece ao professor uma atitude de respeito às condições intelectuais do aluno e um modo de interpretar suas condutas verbais e não verbais para poder trabalhar melhor com elas.

Para saber mais PPD recomenda:

LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget para principiantes . 2. ed. São Paulo: Summus, 1980. 284 p.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança . 4. ed. Rio de JaLev S. Vygotsky
"Quanto mais rica a experiência humana, tanto maior será o material disponível para a imaginação e a criatividade".



Professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896, viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos.

Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.

Segundo Vygotsky, a evolução intelectual é caracterizada por saltos qualitativos de um nível de conhecimento para outro. A fim de explicar esse processo, ele desenvolveu o conceito de ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL, que definiu como a "distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes".

De acordo com Vygotsky “a escola tem o papel de fazer a criança avançar em sua compreensão de mundo a partir de seu desenvolvimento já consolidado e tendo como meta etapas posteriores, ainda não alcançadas”. Por sua vez, “o professor tem o explícito papel de interferir na zona de desenvolvimento proximal dos alunos provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente” (REGO, 1999, p. 85) .

O aluno só conseguirá atingir um nível de abstração em Matemática, por exemplo, se anteriormente ele foi estimulado com operações concretas, como o uso do ábaco, do material dourado, dos palitos de sorvete, das pedrinhas, das barrinhas de Cursinaire, entre tantos. Valemo-nos, mais uma vez, das contribuições de Vygotsty (1987 – p. 31) - “o único bom ensino é aquele que se adianta ao desenvolvimento” .

Ao ensinar/educar as crianças, o adulto deverá, ainda, utilizar sempre um vocabulário vasto, além de usar nomenclaturas corretas e dar explicações coerentes, que satisfaçam o grau de desenvolvimento delas. Tornando mais claro, se um professor que trabalha com crianças de quatro anos fazer uso contínuo de diminutivos, certamente elas assim o farão; falarão como o modelo apresentado. Mas, em outro exemplo, se alguém disser às crianças que a gripe é causada por um vírus e lhes der uma explicação plausível sobre o que é ‘isso', elas sairão, no final de cada processo, de cada momento de ensino-aprendizagem, mais bem preparadas, com um vocabulário mais rico e, certamente, não falarão à outra pessoa que a gripe é causada por uns ‘bichinhos'...

Vygotsky enfatiza o papel da intervenção no desenvolvimento, porém o seu objetivo maior é trabalhar com a importância do meio cultural e das relações entre indivíduos na definição de um percurso de desenvolvimento da pessoa humana, e não propor uma pedagogia diretiva, autoritária.

Trabalha com a idéia de reconstrução, de reelaboração, por parte do indivíduo, dos significados que lhe são transmitidos pelo grupo cultural. Imitação, para ele, é uma reconstrução individual daquilo que é observado nos outros.

Ele não toma a atividade imitativa como um processo mecânico, mas sim como uma oportunidade de a criança realizar ações que estão além de suas próprias capacidades, o que contribuiria para seu desenvolvimento. Ao imitar a escrita de um adulto, a criança está promovendo o amadurecimento de processos de desenvolvimento que a levarão ao aprendizado da escrita. Quando uma criança de três ou quatro anos imita um adulto utilizando-se da garatuja ou dos rabiscos contínuos, na tentativa de se comunicar via escrita, ela está tentando imitar a letra cursiva do adulto/modelo. Isso significa que está sendo, portanto, estimulada pelo meio e, após alcançar o NDP, assim o fará, se bem estimulada. Não se pode esquecer que todo esse mecanismo está intrinsecamente ligado e, ao mesmo tempo, se inter-relacionando com a maturidade do sistema nervoso central. É preciso que tal sistema esteja amadurecido. Segundo alguns autores é por essa razão que a criança deve ser alfabetizada com sete anos.

A interação entre alunos também provoca intervenções no desenvolvimento das crianças. Ao propor uma atividade em grupo, o professor deve ter como objetivos, além dos específicos, a expectativa de que a ajuda mútua, as discussões, os levantamentos de hipóteses, sejam momentos de grande aprendizado.

Se o professor, por exemplo, dá uma tarefa individual aos alunos em sala de aula, a troca de informações e de estratégias entre as crianças não deve ser considerada como procedimento errado, pois pode tornar a tarefa um projeto coletivo extremamente produtivo para cada criança.

Quando um aluno recorre ao professor como fonte de informação para ajudá-lo a resolver algum tipo de problema escolar, não está burlando as regras do aprendizado, mas ao contrário, utilizando-se de recursos legítimos para promover seu próprio desenvolvimento. E uma das melhores formas de o professor ajudá-lo é propondo algo que o faça buscar uma resposta. Por exemplo, se um aluno lhe pergunta se ‘benefício' escreve-se com c, ç, s ou ss, o professor pode, juntamente com ele, buscar a resposta num dicionário. Ou pode propor um desafio para grupos de crianças, oferecendo-lhes uma lista com palavras para trabalharem e criarem regras ortográficas, fazendo-as defrontar-se com o problema.

Vygotsky exemplifica a importância das situações concretas e a fusão que a criança pequena faz entre os elementos percebidos e o significado. Numa situação imaginária, entretanto, a criança é levada a agir num mundo imaginário, onde a situação é definida pelo significado estabelecido pela brincadeira e não pelos elementos reais concretamente presente.

Ao brincar com um tijolinho de madeira como se fosse um carrinho, por exemplo, a criança se relaciona com o significado em questão e não com o objeto concreto. O tijolinho serve como uma representação de uma realidade ausente – um jogo simbólico. O brinquedo provê, assim, uma situação de transição entre a ação da criança com objetos concretos e suas ações com significados – preparando-a para uma nova etapa de seu desenvolvimento. Portanto, a promoção de atividades que favoreçam o envolvimento da criança em brincadeiras, tem nítida função pedagógica e psicológica (catalisação de conflitos, por exemplo).

Outra função extremamente importante da escola é a de criar espaços/condições para promover a leitura e a escrita. Vygotsky tem uma abordagem genética da escrita: preocupa-se com o processo de aquisição. Para compreender o desenvolvimento da escrita é necessário estudar o que ele chama de “a pré-história da linguagem escrita” – o que se passa com a criança antes de ser submetida a processos deliberados de alfabetização.

Alguns exemplos de práticas didáticas baseadas nos estudos vygotskyanos

Alfabetização
Não se pauta por fases (como pré-silábica ou silábica, que orientam o construtivismo). O objetivo é ampliar o universo de expressões da criança para facilitar a incorporação da escrita. A ênfase é na elaboração da fala, da escrita e da leitura como instrumentos simbólicos que reprecutem no desenvolvimento mental.

O erro
Faz parte do processo de aprendizado, mas o professor deve apontá-lo sempre para que a criança o corrija. "Não se pode esperar que o aluno descurbra sozinho que errou", diz João Carlos. O construtivismo também faz correções, mas sempre considerando o desenvolvimento da criança.

Cópia
A criança deve contar com um ponto de partida para realizar suas próprias descobertas. Nesse sentido, o oferecimento de modelos de texto, por exemplo, é uma estratégia válida - desde que resulte numa atividade criativa, não numa cópia mecânica. O construtivismo rígido exclui o trabalho com cópias.

Para saber mais PPD recomenda:

A Formação Social da Mente, Lev Vygotsky, Martins Fontes.
Pensamento e Linguagem, Lev Vygotsky, Martins Fontes.
Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem, Yygotsky, Luria e Leontiev, Ícone Editora e Editora da USP.
A Linguagem e o Outro no Espaço Escolar - Vygotsky e a Construção do Conhecimento, Ana Smolka e Mari Cecilia Goes, Papirus.
O Pensamento de Vygotsky e Bakhtin no Brasil, Maria Teresa de Assunção Freitas, Papirus.
Psicologia na Educação, Claudia Davis e Zilma Oliveira, Cortez.
Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento - Um Processo Sócio-Histórico, Marta Kohl de Oliveira, Scipione.
Vygotsky e a Educação, Luis Moll, Artes Médicas.
Vygotsky - Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação, Teresa Cristina Rego, Vozes.
Vygotsky - Uma Síntese, Renê Van Der Veer e Jaan Vaisiner, Loyola.
neiro: Zahar, 1982. 389 p.


Emilia Ferreiro
" Ler não é decifrar, escrever não é copiar"


Emilia Ferreiro, a psicolingüista argentina, discípula de Jean Piaget, revolucionou o conhecimento que se tinha sobre a aquisição da leitura e da escrita quando lançou, com Ana Teberosky, o livro Psicogênese da Língua Escrita, em que descreve os estágios pelos quais as crianças passam até compreender o ler e o escrever. Crítica ferrenha da cartilha, ela defende que os alunos, ainda analfabetos, devem ter contato com diversos tipos de texto. Passadas mais de duas décadas, o tema permanece no centro dos interesses da pesquisadora, que se indigna com quem defende o método fônico de alfabetização, baseado em exercícios para treinar a correspondência entre grafemas e fonemas.

Emilia Ferreiro considera a alfabetização não um estado, mas um processo que tem início bem cedo e não termina nunca. "Nós não somos igualmente alfabetizados para qualquer situação de uso da língua escrita. Temos mais facilidade para ler determinados textos e evitamos outros. O conceito também muda de acordo com as épocas, as culturas e a chegada da tecnologia" - Afirma.

Autora de várias obras, muitas traduzidas e publicadas em português, já esteve algumas vezes no país, participando de congressos e seminários. Falar de alfabetização, sem abordar pelo menos alguns aspectos da obra de Emilia Ferreiro, é praticamente impossível. Ela não criou um método de alfabetização, como ouvimos muitas escolas erroneamente apregoarem, e sim, procurou observar como se realiza a construção da linguagem escrita na criança.

Os resultados de suas pesquisas permitem, isso sim, que conhecendo a maneira com que a criança concebe o processo de escrita, as teorias pedagógicas e metodológicas, nos apontem caminhos, a fim os erros mais freqüentes daqueles que alfabetizam possam ser evitados, desmistificando certos mitos vigentes em nossas escolas.

Aqueles que são, ou foram alfabetizadores, com certeza, já se depararam com certos professores que logo ao primeiro mês de aula estão dizendo, a respeito de alguns alunos: não tem prontidão para aprender, tem problemas familiares, é muito fraca da cabeça, não fez uma boa pré-escola, não tem maturidade para aprender e tantos outros comentários assemelhados. Outras vezes, culpam-se os próprios educadores, os métodos ou o material didático. Com seus estudos, Ferreiro desloca a questão para outro campo: " Qual a natureza da relação entre o real e sua representação? " As respostas encontradas a esse questionamento levam, pode-se dizer, a uma revolução conceitual da alfabetização.

A escrita da criança não resulta de simples cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal. Emilia Ferreiro percebe que de fato, as crianças reinventam a escrita, no sentido de que inicialmente precisam compreender seu processo de construção e suas normas de produção. " Ler não é decifrar, escrever não é copiar". Muito antes de iniciar o processo formal de aprendizagem da leitura/escrita, as crianças constroem hipóteses sobre este objeto de conhecimento.

Para saber mais PPD recomenda:

Alfabetização em Processo, Emilia Ferreiro, 144 págs., Ed. Cortez.
Com Todas as Letras, Emilia Ferreiro, 104 págs., Ed. Cortez.
Cultura Escrita e Educação, Emilia Ferreiro, 180 págs., Ed. Artmed.
Os Processos de Leitura e Escrita, Emilia Ferreiro e Margarita Gomes Palacio, 274 págs., Ed. Artmed.
Passado e Presente dos Verbos Ler e Escrever, Emilia Ferreiro, 96 págs., Ed. Cortez.
Psicogênese da Língua Escrita, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, 300 págs., Ed. Artmed.
Reflexões sobre Alfabetização, Emilia Ferreiro, 104 págs., Ed. Cortez.
Henry Wallon
"Reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. É a própria negação do ensino"

Falar que a escola deve proporcionar formação integral (intelectual, afetiva e social) às crianças é comum hoje em dia. No início do século passado, porém, essa idéia foi uma verdadeira revolução no ensino. Uma revolução comandada por um médico, psicólogo e filósofo francês chamado Henri Wallon. Sua teoria pedagógica, que diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro, abalou as convicções numa época em que memória e erudição eram o máximo em termos de construção do conhecimento. Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções, para dentro da sala de aula. Baseou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Militante apaixonado (tanto na política como na educação), dizia que reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. Ou seja, "a própria negação do ensino".

Diferentemente dos métodos tradicionais (que priorizam a inteligência e o desempenho em sala de aula), a proposta walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo. Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano. As atividades pedagógicas e os objetos, assim, devem ser trabalhados de formas variadas. Numa sala de leitura, por exemplo, a criança pode ficar sentada, deitada ou fazendo coreografias da história contada pelo professor. Os temas e as disciplinas não se restringem a trabalhar o conteúdo, mas a ajudar a descobrir o eu no outro. Essa relação dialética ajuda a desenvolver a criança em sintonia com o meio.

Wallon considerava que entre a psicologia e a pedagogia, deveria haver uma relação de contribuição recíproca. A pedagogia oferecia campo de observação à psicologia e a psicologia ao construir conhecimentos sobre o processo de desenvolvimento infantil, oferecia um importante instrumento para o aprimoramento da prática pedagógica.

Wallon propõe o estudo integrado do desenvolvimento, ou seja, que este abarque os vários funcionais nos quais se distribui a atividade infantil ( afetividade, motricidade, inteligência ). Podemos definir o projeto teórico de Wallon como a elaboração de uma psicogênese da pessoa completa.

Segundo Wallon, para a compreensão do desenvolvimento infantil, não bastam os dados fornecidos pela psicologia genética, é preciso recorrer a dados provenientes de outros campos de conhecimento. Neurologia, psicopatologia, antropologia e a psicologia infantil, foram os campos de comparação privilegiados por Wallon.

Em suas idéias pedagógicas. Wallon propõe que a escola reflita acerca de suas dimensões sócio-políticas e aproprie-se de seu papel no movimento de transformações da sociedade. Propõe uma escola engajada, inserida na sociedade e na cultura, e, ao mesmo tempo, uma escola comprometida com o desenvolvimento dos indivíduos, numa prática que integre a dimensão social e a individual.

Para saber mais PPD recomenda:

Henri Wallon: Uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil , Izabel Galvão, 132 págs., Ed. Vozes.
A Infância da Razão: Uma Introdução à Psicologia da Inteligência de Henry Wallon , Heloysa Dantas, 112 págs., Ed. Manole.
As Origens do Caráter na Criança, Henry Wallon, 278 págs., Ed. Nova Alexandria.
As Origens do Pensamento na Criança, Henri Wallon, 540 págs.
Wallon, Vygotsky, Piaget: Teorias Psicogenéticas em Discussão, Yves de la Taille, Marta Kohl de Oliveira e HeloysaDantas, 120 págs., Summus Editorial. Rubem Alves
"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.”


Rubem Alves é educador, escritor, psicanalista e professor. Talvez seja o educador mais famoso e requisitado atualmente no Brasil.


Autor de mais de sessenta livros, entre os quais se encontra uma prolífica literatura infantil, crônicas e inúmeros livros voltados para a área da educação.


Em suas obras pedagógicas costuma abordar temas sérios e importantes como a formação do educador, se há a diferença entre ser professor e ser educador, o processo educacional, a qualidade total na educação, entre outros. Seu texto é bastante agradável a partir do momento em que se utiliza de histórias, metáforas e fábulas para um melhor entendimento do conteúdo.


Segundo Rubem ensinar é mobilizar o desejo de aprender. Mais importante do que saber é nunca perder a capacidade de aprender. "Saber é saborear": afirma. O novo profissional da educação deve romper o divórcio entre a vida escolar e o prazer.


Diante da atual sociedade onde o capitalismo dita as regras chegando atingir a área educacional - a qual muitas vezes visa eficiência e lucro esquecendo do prazer e entusiasmo necessários para que o processo ensino-aprendizagem aconteça de forma eficaz, constatamos com tristeza que o professor trabalha sem interesse e sem prazer, apenas para obter um salário e usufruir dele.


Rubem Alves faz uma boa distinção entre o Professor e o Educador, "advertindo-nos de que na realidade, na prática, eles se encontram juntos, mesclados no profissional da educação".Para ele o educador é aquele que abraça a causa com vontade, que tem paixão pelo que faz. A teoria de Rubem Alves é grande inspiradora da equipe Projetos Pedagógicos Dinâmicos que busca motivar professores e alunos, construindo constantemente novos saberes e contagiando, descobrindo, inquietando, na certeza de que há esperança e que é possível transformar o azedo limão em uma deliciosa limonada.


Em "Sobre Jequitibás e Eucaliptos: Amar", Alves deixa claro seu questionamento sobre o que é educar e qual a identidade de quem se propõe tal tarefa, e remete-nos sempre ao mesmo ponto: ensinar é prazer. Nessa parte ele compara o educador (que ensina com amor) com um Jequitibá, árvore robusta que raramente se vê nos dias de hoje; os professores por sua vez são comparados com Eucaliptos, árvore que encontramos com facilidade.


Essa distinção se dá através de temas sensíveis como amar, acordar, libertar e agir. Questiona a perda do amor pela arte de ensinar e aborda o resultado que isso trará para os alunos. Aponta que muitas vezes a miséria nos meios de educação não é culpa do governo e sim de mesquinharias que professores e cientistas estabelecem entre si. Mais uma vez ele critica a prática da ciência visando apenas resultados econômicos, podendo ser usada para o bem e para o mal.


A existência da dicotomia professor/educador deve-se muito, segundo Rubem Alves, ao rápido desenvolvimento da ciência nos séculos XIX e XX, cujo caráter objetivo de seus conhecimentos desprezou aspectos relevantes da experiência e interioridade humanas, como opiniões pessoais, reflexões, ideologias, sonhos, paixões, esperanças, utopias, desejos... A ciência patrocinou o avanço da tecnologia, que fez com que as pessoas idolatrassem a produção daquilo que é útil e imediato para o dia-a-dia. Surgiu, o utilitarismo, segundo o qual as pessoas são determinadas pelo que produzem e objetivamente fazem.


O autor ainda profetiza o professor como sendo aquele que informa, transmite conhecimentos, enquanto que o educador, além de informar, procura formar e informar, assim segundo ele, o educador atua movido pela sua intenção social, o professor pelas regras das instituições.


Sobre metodologia Rubem ressalta que “fazer ciência pela ciência é mero exercício, sem levar em conta o seu uso para fins, cuja finalidade seja resolver questões humanas de importância.”


A idéia central que Rubem Alves traz é a linguagem, a fala ao lado do corpo: “O corpo é o primeiro livro que devemos descobrir; por isso, é preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas belas e das coisas boas, para que o corpo se levante e se disponha a lutar.”


A educação é um ato político, que exige reflexão, dentre elas, desenvolver a função crítica em que o questionamento deve ser cada vez mais aguçado. E a função criativa, em que o educador se permite sonhar e buscar realizá-los, não se conformando com o pronto e acabado, mas indo em busca do novo, do desejado e porque não do aparentemente impossível?


“A maioria dos problemas da sociedade se resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar.”
“A educação é algo que transborda dos limites das escolas.”


Para conhecer melhor as idéias de Rubem Alves, visite o site:
http://www.rubemalves.com.br/




Home